quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

La étrenne

Enfim, o post de estréia!
Passei semanas pensando sobre o que postar, em que idioma postar, qual seria a finalidade do blog, até que por fim decidi que o blog será meu diário de relatos de opinião sobre qualquer coisa em geral. Sim, sem nenhuma especificidade. Tudo que eu achar especial ou merecedor de atenção, na qual eu possa aplicar minha opinão será citado aqui.




"La belle personne", um filme de Christophe Honoré será minha primeira "vítima". Não vou fazer uma resenha e nem contar toda a história ou o final para estragar a ida ao cinema de ninguém, apenas vou descrever alguns fatos sobre o filme que realmente me impressionaram.

Filmes sobre triângulos amorosos e dramas adolescentes e amores na juventude é o que não faltam. O que torna "La belle personne" especial é a profundidade que se dá ao tema, a sensação de realidade desses sentimentos.

O filme é inspirado em uma obra de Madame de La Fayette, o romance "La princesse de Clèves" (em português "A princesa de Cleves"). Nunca li o livro mas o filme me despertou essa vontade.
Franceses e seus romances psicológicos. Um universo realmente incrível.

A protagonista, Junie (Léa Seydoux), é uma bela garota que muda de colégio após a morte de sua mãe, e então se encontra em uma nova rede social formada pelos amigos de seu primo. Pela sua beleza, Junie provoca paixões logo de início.
O filme é composto por indícios, por sinais que aparacem durante o filme. Certas frases, certas cenas, imagens que esclarescem o que fica implícito no final.

Algo que me chamou bastante atenção foi o fato de que no começo e no final do filme existem cenas onde a imagem principal são os portões da escola, demonstrando a realidade daqueles romances que se desenrolaram ali, que por ali mesmo ficarão.

Amores repentinos, amores egoístas, amores suicidas, amor homossexual, há de tudo um pouco no filme, mas abordado de forma bastante madura, como se demonstra nas próprias atitudes de Junie. O amor, dado na dicotomia do efêmero e do eterno é a temática do filme. Junie e suas atitudes, que por vezes podem ser entendidas como frias, no fim se demonstram uma clara análise comportamental das pessoas por quem ela se apaixona. Querer manter vivo o amor de Otto, pensar realmente a fundo no amor de Nemours, as justificativas, as razões, a honestidade, o caráter sólido da jovem.

A trilha sonora é um caso a parte, muito da atmosfera criada no filme se deve às músicas. "Elle était si jolie", um clássico dos anos 60 que é tocado no jukebox em uma cena, a canção "Comme la pluie" cantada por Otto (Gregóire Leprince).

Interpretações fantásticas, principalmente por Louis Garrel e especialmente para atores que eu não conhecia (e não consigo achar nada na internet) como Esteban Carvajal-Alegria e Simon Truxillo.

Um filme que eu realmente recomendo. O trailer, para quem quiser conferir:




E por enquanto é só.